Análise das Dificuldades da Seleção Brasileira e a Importância de Neymar, segundo Costinha
A Crise Atual da Seleção Brasileira
A Seleção Brasileira de futebol não vive seu melhor momento. As críticas têm sido duras perante as recentes eliminações em competições internacionais e o desempenho abaixo das expectativas nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026. Muitos torcedores e analistas apontam para uma crise que mistura desempenho técnico, tático e até mesmo organizacional, sendo essa última, na visão de alguns, uma consequência natural das mudanças frequentes no comando técnico e na postura administrativa da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Durante anos, o Brasil foi sinônimo de excelência no futebol, destacando-se por uma combinação única de técnica apurada, alegria no jogo e, não menos importante, um esquema coletivo que permitia a qualquer individualidade brilhar sem que isso comprometesse o desempenho do time. Entretanto, parece que a atual conjunção de fatores não tem confluído para o sucesso esperado.
Quem é Costinha e sua Opinião
Costinha, conhecido ex-volante da Seleção Portuguesa e importante figura no elenco que alcançou o vice-campeonato na Euro 2004, abordou a situação do futebol brasileiro em entrevista ao canal ESPN.com.br. A perspectiva de alguém que jogou em altíssimo nível e conhece os bastidores das grandes competições internacionais pode lançar luz sobre aspectos que escapam à visão dos fãs e analistas brasileiros.
Para Costinha, a crítica a Neymar — figura central e muitas vezes controversa — precisa ser ponderada. Ele destaca que, apesar das críticas frequentes sobre seu comportamento fora das quatro linhas, Neymar oferece ao futebol uma alegria e habilidade que remetem a ícones como Zico, Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo Fenômeno. Segundo Costinha, tais talentos transcendem normas táticas e raramente são replicáveis, razão pela qual deveriam ser considerados um ativo valioso, e não um problema.
Neymar como um Legado Vivo
Neymar, para Costinha, é uma extensão das grandes tradições do futebol brasileiro, alguém capaz de transformar a dinâmica de um jogo em lances de pura genialidade. Este tipo de jogador, garante ele, não aparece frequentemente, e quando surge, tende a ser um catalisador de êxitos em campo. É por isso que Costinha defende uma abordagem que maximize suas contribuições. Destacar o potencial de Neymar e usá-lo eficazmente poderia ser uma solução imediata enquanto se trabalha no desenvolvimento do coletivo.
A Falta de Coletividade
Costinha ressalta um ponto que já foi um dos grandes pilares do futebol brasileiro: o coletivo. Para o português, a atual Seleção Brasileira sofre pela falta de integração entre suas peças. O futebol, como ele bem destaca, é um esporte onde, frequentemente, os protagonistas triunfam não só por sua destreza individual, mas por estarem inseridos em sistemas de jogo que favorecem suas características. Sem esse sistema, até mesmo um jogador genial pode ter dificuldades.
Preparação e Tempo Limitado
Um dos desafios enfrentados por qualquer seleção nacional, e isso não se limita apenas ao Brasil, é o tempo reduzido de preparação. Ao contrário dos clubes, onde os técnicos dispõem de semanas e meses para desenvolver estratégias, seleções como a brasileira têm períodos muito menores de convivência e treinamentos efetivos. Essa dinâmica limita as opções dos treinadores e, de certa forma, explica a adoção muitas vezes excessiva de soluções imediatistas e pragmáticas, em detrimento da construção de um jogo mais fluido e orgânico.
A Integração de Jogadores de Clubes
Costinha também pontua a importância de seleções que conseguem formar núcleos de jogadores atuando juntos em clubes. Essa integração proporcionada pelo dia a dia de clube facilita o entrosamento dentro das seleções. É uma vantagem que, quando possível, deve ser aproveitada. No caso do Brasil, maximizar as conexões entre jogadores que já têm um entendimento de campo pode ser uma maneira de compensar o tempo limitado de preparação.
Olhar para o Futuro
O caminho que o Brasil deve seguir, na opinião de Costinha, passa por uma abordagem dupla: fortalecer o jogo coletivo, sem, no entanto, apagar a chama do talento individual. Neymar, e jogadores como ele, têm o potencial de desequilibrar partidas, e isso deve ser visto como uma virtude. O desafio está em garantir que todos joguem como parte de um único grande time, almejando não apenas um futebol mais bonito, mas efetivo e vitorioso.
Se a Seleção Brasileira conseguir alinhar essa visão, utilizando os recursos disponíveis de forma eficaz, o retorno aos dias de glória no futebol mundial pode estar próximo. Cabe ao comando técnico e à própria CBF darem o suporte necessário para que haja uma evolução constante, tanto coletiva quanto individual.
Guilherme Xavier
Sou jornalista especializado em notícias e adoro escrever sobre temas relacionados ao cotidiano no Brasil. Trabalho em um jornal local, onde cubro os eventos mais importantes do dia a dia.