Investigação e Acusações
Em um caso que está dando o que falar no futebol nacional, Bruno Henrique, atacante do Flamengo, foi indiciado pela Polícia Federal juntamente com outras 10 pessoas, sob a acusação de manipular o resultado de um jogo do Brasileirão 2023. Segundo as investigações, ele teria recebido deliberadamente um cartão amarelo em uma partida contra o Santos, em benefício de um esquema de apostas.
O caso começou a ser investigado em agosto de 2023, após um número incomum de apostas serem registradas em plataformas de apostas online focadas no recebimento do cartão por parte do jogador. A Polícia descobriu que aproximadamente 98% das apostas, em algumas plataformas, apontavam para a possibilidade de Bruno Henrique ser advertido no jogo mencionado.
Evidências e Detalhes da Acusação
A investigação ganhou força com a análise de mensagens de WhatsApp entre Bruno Henrique e seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior. Em uma mensagem datada de 29 de agosto de 2023, Wander questiona o jogador sobre quando ele receberia o terceiro cartão da temporada, e Bruno responde 'Contra o Santos'. Um dia antes do jogo, Bruno afirmou em uma ligação que realmente seria advertido.
Os ganhos financeiros resultantes dessas apostas envolveram membros da família de Bruno, como sua cunhada Ludymilla Araújo Lima e sua prima Poliana Ester Nunes Cardoso, que apostaram R$380,86 no total, recebendo um retorno entre R$1.180,67 e R$1.425,00. Apostas similares foram também feitas por um grupo de amigos do jogador, em Belo Horizonte.
Em novembro de 2024, a PF realizou mandados de busca, apreendendo telefones dos envolvidos e analisando milhares de mensagens. Mesmo com várias mensagens deletadas, as correspondências no telefone de Wander incriminam diretamente Bruno Henrique, indicando sua participação ativa no esquema.
Apesar disso, o Flamengo, em suas comunicações oficiais, reafirmou seu compromisso com o fair play e o suporte à presunção de inocência enquanto aguarda o desenrolar do processo legal. O clube declarou ainda não ter recebido oficialmente a notificação do indiciamento.
Anteriormente, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva decidiu arquivar o caso por falta de provas claras de que Bruno Henrique tivesse obtido vantagem financeira. No entanto, a continuidade da investigação pela PF trouxe novas revelações, vinculando explicitamente o jogador ao esquema de apostas.
Se condenado, Bruno Henrique pode enfrentar até seis anos de prisão por fraude esportiva, além de cinco anos adicionais por estelionato. A decisão final agora cabe ao Ministério Público do Distrito Federal, que deve decidir pelo prosseguimento ou não das acusações.
