Israel bombardeia instalação nuclear de Natanz e destrói centrífugas subterrâneas do Irã, confirma AIEA

Ataques Israelenses Desestabilizam Centro Nuclear de Natanz
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) tornou público, em relatório de 17 de junho, que as instalações subterrâneas de enriquecimento de urânio em Natanz, no Irã, foram danificadas diretamente por ataques aéreos de Israel. A confirmação veio através de laudos técnicos, imagens de satélite e a observação in loco dos inspetores da agência, que já haviam detectado danos em parte do sistema elétrico e nos prédios de suporte dedicados à operação do complexo nuclear. Segundo especialistas, pelo menos três impactos explosivos foram registrados exatamente acima das áreas onde ficam as centrífugas subterrâneas, o que pode ter comprometido milhares dessas máquinas essenciais para o programa nuclear iraniano.
A Natanz sempre foi considerada um dos pilares da capacidade do Irã em enriquecer urânio, capaz de processar a matéria-prima a níveis próximos aos utilizados em armamentos. O bombardeio recente não só interrompeu parte das operações, mas também prejudicou a infraestrutura de energia, principalmente subestações elétricas responsáveis por alimentar as centrífugas. Relatos ainda não confirmados acusam novas explosões e ataques posteriores a 16 de junho, sugerindo danos prolongados e de difícil reparo. A AIEA reforçou seu alerta internacional: “instalações nucleares jamais podem ser alvo de operações militares, sob qualquer pretexto”.

Golpes Coordenados e Escalada nas Tensões Regionais
O ataque a Natanz não ocorreu de maneira isolada. Desde 13 de junho, Israel vem promovendo uma campanha coordenada contra ativos estratégicos iranianos. Esse esforço inclui assassinatos de pelo menos 14 cientistas nucleares e oficiais militares de alto escalão, além de bombardeios a instalações ligadas ao desenvolvimento de mísseis. Um dos alvos mais sensíveis, a Base de Mísseis Tehrani Moghaddam, próxima de Teerã, teve infraestrutura vital severamente destruída no dia 15, segundo as análises detalhadas por satélite. Além disso, fábricas de centrífugas e bases de mísseis na região do Azerbaijão Oriental também foram atacadas, revelando uma clara mudança de foco: Israel está disposto a atingir tanto o programa nuclear quanto as capacidades militares convencionais iranianas.
Neste cenário, o temor internacional cresce ainda mais porque logo após o ataque, o Irã sinalizou publicamente a aceleração de seu programa nuclear, reagindo ao novo quadro imposto por Israel e pela recente resolução do Conselho de Governadores da AIEA, que considera Teerã “não compatível” com as normas de segurança nuclear. Com a escalada, as negociações diplomáticas entre o Irã e as potências internacionais foram abruptamente interrompidas, deixando a porta aberta para mais episódios de conflito militar e instabilidade na região. Com Fordow e o Centro de Tecnologia Nuclear de Esfahan – outros locais nucleares fiscalizados – ainda sem registros de danos, o clima de incerteza aumenta entre analistas, que apontam o risco de um confronto direto muito maior entre Israel e Irã nos próximos meses.

Guilherme Xavier
Sou jornalista especializado em notícias e adoro escrever sobre temas relacionados ao cotidiano no Brasil. Trabalho em um jornal local, onde cubro os eventos mais importantes do dia a dia.