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OAB-RJ denuncia juiz Bretas ao CNJ por vender coaching usando status da Lava Jato

OAB-RJ denuncia juiz Bretas ao CNJ por vender coaching usando status da Lava Jato

OAB-RJ pede ação urgente contra Bretas no CNJ

O clima de tensão entre a OAB-RJ e o juiz federal Marcelo Bretas escalou de vez. No começo de fevereiro de 2025, a seccional carioca da Ordem levou ao CNJ uma denúncia pesada contra o magistrado, acusando-o de usar seu nome de juiz – e a fama conquistada na Lava Jato – para lucrar vendendo cursos, mentorias e conteúdos pagos em redes sociais. O alvo principal: o influente perfil de Bretas no Instagram, que soma mais de 500 mil seguidores e virou vitrine de programas como o polêmico 'Método o Quarto Poder'.

Pelos prints apresentados na denúncia, Bretas se apresenta como “coach”, “palestrante” e “professor”, sempre fazendo questão de lembrar o status de juiz federal que conduziu fases emblemáticas da operação. Nos vídeos, convida seguidores a aprender “comunicação impactante”, “posicionamento de autoridade” e promete “transformação de carreira”. Os valores cobrados por newsletters exclusivas e membros em comunidades fechadas não são baixos. A OAB-RJ destacou: tudo isso representa uso comercial da imagem de magistrado, estritamente proibido pelas regras do conselho e pela ética da magistratura.

Judiciário pressiona e futuro de Bretas fica incerto

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O pedido da OAB-RJ é robusto: suspender imediatamente todos os perfis sociais de Bretas, abrir investigação disciplinar urgente e, não bastasse, solicitar a demissão definitiva dele do quadro de juízes. Para reforçar o argumento, a entidade citou um precedente recente: o CNJ já mandou outro juiz suspender suas redes por infração parecida, mostrando que a Justiça não costuma ser leniente com quem mistura toga com negócios particulares.

Apesar de estar afastado da função desde fevereiro de 2023 – devido a outros processos em curso – Bretas segue recebendo salário de juiz e continua ativo no Instagram, usando estratégias típicas do mundo digital para vender suas mentorias e cursos. Nos stories e publicações, o apelo é direto ao público que sonha com autoridade, crescimento profissional e técnicas “usadas por quem conhece os bastidores do poder”. Para a diretoria da OAB-RJ, a situação é clara: Bretas explora, de forma aberta, a postura de magistrado para conquistar relevância extra e faturar em cima de quem o segue por sua trajetória judicial.

Bretas até chegou a ser notificado pelas autoridades para remover conteúdos ligados ao coaching em suas páginas virtuais, mas até o início de fevereiro ainda não havia uma sentença definitiva sobre o caso. A pressão deve crescer, já que a repercussão do episódio coloca o debate sobre ética, exposição na internet e limites do cargo de juiz em evidência entre advogados, magistrados e o próprio público.

Guilherme Xavier

Guilherme Xavier

Sou jornalista especializado em notícias e adoro escrever sobre temas relacionados ao cotidiano no Brasil. Trabalho em um jornal local, onde cubro os eventos mais importantes do dia a dia.

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