Eliminatórias da Copa de 2026: Peru perde do Paraguai por 1 a 0 em Lima e está fora

Sete jogos sem marcar em oito. Quatro partidas seguidas em branco. Foi assim que o Peru se despediu das Eliminatórias da Copa de 2026: derrota por 1 a 0 para o Paraguai, em casa, no Estádio Nacional de Lima, na noite de 9 de setembro de 2025 (23h30 UTC). O resultado confirmou a eliminação peruana e deu um fechamento melancólico a uma campanha que não engrenou.
Do outro lado, o Paraguai já tinha carimbado a vaga na rodada anterior, ao empatar sem gols com o Equador. Em Lima, os guaranis mostraram por que atravessaram a maratona sul-americana com segurança: defesa compacta, leitura tática consistente e frieza para controlar a ansiedade do adversário. A vitória consolidou a equipe em 4º lugar com 28 pontos e selou o retorno ao Mundial após 16 anos, algo que a torcida paraguaia não vivia desde 2010.
O jogo: pressão peruana, muro paraguaio
O roteiro foi conhecido para quem acompanhou o Peru nesta reta final: posse, iniciativa, chegada ao terço final — e uma parede na hora de finalizar. A seleção mandante tentou acelerar pelos lados, buscou tabelas curtas pelo meio e insistiu em cruzamentos, mas faltou o último toque. O Paraguai se organizou em bloco baixo durante boa parte do jogo, encurtou os espaços entre linhas e protegeu a área com rigor.
Ainda que o Peru tenha criado suas melhores chances no segundo tempo, a tomada de decisão pesou. Passes fortes demais, chutes travados e cruzamentos sem endereço desperdiçaram momentos promissores. A equipe tentou mudar a dinâmica com alterações: Sonne e Noriega entraram aos 84 minutos, substituindo Advíncula e Garcés, para dar mais fôlego ao corredor e presença de área. A resposta quase veio aos 90, quando Jairo Concha arriscou de longe e a bola desviou, tirando tinta da trave. Faltou o centímetro que não apareceu durante toda a campanha.
O Paraguai, mesmo sem a necessidade da vitória, soube administrar. Quando acelerou, foi direto: poucos toques, ataque ao espaço e valorização das bolas paradas. A defesa, que já vinha de jogo sólido contra o Equador, manteve o padrão em Lima: coberturas bem coordenadas, zagueiros firmes no duelo aéreo e laterais disciplinados, sem dar costas às infiltrações.
No apito final, a sensação no estádio foi de frustração profunda. A torcida apoiou até o último lance, mas viu mais uma vez a equipe esbarrar no problema que marcou toda a jornada: criar não basta, é preciso transformar isso em gol — e isso não aconteceu com a frequência mínima para competir num torneio de 18 rodadas.
O que muda para Peru e Paraguai
Os números contam a história sem maquiagem. O Peru fechou as Eliminatórias em 9º lugar, com 12 pontos em 18 jogos (2 vitórias, 6 empates e 10 derrotas) e saldo de -15. O time terminou uma sequência de quatro partidas sem vencer e não balançou a rede em sete dos últimos oito jogos — incluindo os quatro finais. É a pior fotografia recente do país no qualificatório, distante da imagem de 2018, quando voltou a uma Copa após 36 anos, e até de 2022, quando caiu só no playoff intercontinental.
O Paraguai encerrou a corrida em 4º, com 28 pontos, e vai direto ao Mundial de 2026, ao lado de Argentina, Brasil, Uruguai, Colômbia e Equador. A CONMEBOL tem seis vagas diretas e um lugar no playoff para o 7º colocado, algo que elevou a disputa ao limite. Mesmo nesse cenário mais amplo, os guaranis construíram a classificação com uma base competitiva e, sobretudo, um sistema defensivo confiável — peça central numa eliminatória tão longa.
Para o Peru, a reconstrução passa por três frentes: recuperar a confiança no último terço, ajustar a ocupação de área e redefinir hierarquias no elenco. A equipe produziu volume em diferentes jogos, mas careceu de presença diária na zona de finalização e de mais combinatividade entre meio-campistas e atacantes. Há, também, a questão física: em partidas de alta exigência, o time caiu de intensidade nos minutos finais e perdeu clareza para decidir lances-chave.
Há um ponto que a comissão técnica vai precisar encarar sem rodeios: a renovação. Jogadores úteis em fases anteriores já não entregam o mesmo pico de rendimento, e a transição para novas peças não pode ser adiada até o próximo ciclo. Amistosos, microciclos de trabalho e maior integração com as bases serão vitais para reduzir o gap técnico e de velocidade que apareceu em confrontos diretos contra as seleções do topo.
Em paralelo, será necessário reconectar a equipe com o torcedor — que lotou o Nacional de Lima mesmo com a tabela adversa — e retomar o padrão competitivo que marcou as últimas boas campanhas. O Peru virou um time duro de enfrentar quando pressionava alto com coordenação, alternava alturas de bloco e era cirúrgico nas poucas chances que criava. Recuperar essa identidade é menos sobre nomes e mais sobre ideias claras e repetição de treino.
Do lado paraguaio, a missão agora é transformar solidez em ambição ofensiva, sem perder o que foi construído. A volta à Copa após 16 anos abre espaço para planejar amistosos contra rivais de estilos variados e para testar ajustes de meio para frente, a fim de aumentar a criação sem expor a retaguarda. A base está lá: um time que sofre pouco, lê bem os diferentes momentos do jogo e não se assusta quando joga fora de casa.
O fim da rodada fechou também a maratona de 18 jogos na América do Sul, o qualificatório mais pesado do planeta por mistura de altitude, viagens longas e equilíbrio técnico. Os classificados diretos (Argentina, Brasil, Uruguai, Colômbia, Equador e Paraguai) confirmam o peso da região. Quem ficou pelo caminho, como o Peru, sai com lições duras e uma agenda clara de correções para o próximo ciclo.
Resumo em números e fatos do dia em Lima:
- Placar: Peru 0 x 1 Paraguai, no Estádio Nacional de Lima
- Peru: 9º lugar, 12 pontos (2V-6E-10D), saldo -15
- Série peruana: quatro jogos sem vitória; sem marcar em sete dos últimos oito
- Paraguai: 4º lugar, 28 pontos; retorno à Copa após 16 anos
- Substituições-chave do Peru: Sonne e Noriega aos 84' (saíram Advíncula e Garcés); quase-gol de Jairo Concha aos 90'
Para os peruanos, fica a dor de um adeus precoce e o desafio de reagir. Para os paraguaios, a sensação de dever cumprido e a expectativa pelo sorteio do Mundial. A noite em Lima não mudou a história do torneio, mas cravou dois recados: o Paraguai está de volta ao grande palco, e o Peru precisa virar a página com coragem.
Sr Chemical Plant MV
Sou jornalista especializado em notícias e adoro escrever sobre temas relacionados ao cotidiano no Brasil. Trabalho em um jornal local, onde cubro os eventos mais importantes do dia a dia.