Na noite de segunda-feira, 18 de agosto de 2025, o FC Porto voltou a vencer em casa — só que fora de casa. No Estádio Cidade de Barcelos, em Barcelos, a equipe portuguesa superou o Gil Vicente FC por 2 a 0, encerrando uma seca de dois anos sem vitórias naquela casa. O gol de abertura veio aos 20 minutos, de cabeça, do dinamarquês Victor Froholdt, de 28 anos, que também foi eleito o MVP da partida pela Liga Portugal. Mas o que parecia um jogo tranquilo escondeu tensões, lesões e uma história de persistência que vai muito além do placar.
Um gol de cabeça e uma equipe que respira confiança
Froholdt, meio-campista de origem dinamarquesa que chegou ao Porto em 2024, recebeu um escanteio de Gabri Veiga, saltou entre dois zagueiros e mandou para o fundo da rede. Nada de grande espetáculo — apenas precisão, timing e coragem. Dois minutos depois do intervalo, Pepê Soares da Silva, o brasileiro de 25 anos, completou a obra. Recebeu um cruzamento baixo de Zaidu Sanusi, deixou o defensor congolês Ghislain Konan para trás e, de primeira, mandou para o canto. O gol foi tão limpo quanto o primeiro — e o público do estádio, que esperava um jogo equilibrado, ficou em silêncio.As estrelas que não brilharam — e as que se machucaram
Mas o jogo não foi só sobre gols. A sombra de Samu Aghehowa, o jovem atacante nigeriano de 22 anos que havia sido MVP da rodada anterior com dois gols contra o Vitória SC, pairou sobre o campo. Por volta dos 30 minutos, ele se contundiu sem contato, desabou no gramado e saiu chorando, substituído por Luuk de Jong. A cena foi triste. O técnico Francesco Farioli, de 45 anos, admitiu depois: "Ficamos preocupados. Ele é fundamental para o nosso jogo, mas a equipe mostrou que tem profundidade." Por outro lado, o goleiro Diogo José Teixeira Gomes Costa, de 26 anos, fez duas defesas decisivas, principalmente contra o atacante angolano Jonathan Buatu. Ainda levou cartão amarelo por reclamar de uma falta que não foi marcada. "Foi uma disputa dura, mas não foi falta", disse ele ao microfone. "O árbitro tem que proteger o jogo, não os jogadores que caem."A dupla de pivôs que mudou o ritmo
Enquanto isso, no meio-campo, Victor Froholdt e Alan Daniel Varela, de 24 anos, formaram o que a Doragon Sports chamou de "um dos melhores duplos pivôs da liga". Um com a força para quebrar passes, o outro com a visão para ligar o jogo. Juntos, dominaram 62% da posse e fizeram 87 passes com mais de 90% de precisão. "Eles não só controlaram o jogo, mas deram ritmo. É como se o time tivesse um coração novo", disse o comentarista da Rádio Record.Dois anos sem vencer — e agora, sete vitórias seguidas
A vitória em Barcelos foi a primeira do Porto naquele estádio desde 2023. E não foi só um resultado — foi um símbolo. Em 2023, o Gil Vicente havia derrotado o Porto por 1 a 0, em um jogo que terminou com polêmica e um gol anulado. Agora, em 2025, o time da capital não só venceu, como fez isso com classe, sem depender de um único jogador. E o melhor? Foi só o começo.Na rodada seguinte, contra o Arouca, em 29 de setembro, Froholdt voltou a ser MVP. E o Porto venceu por 3 a 1. Depois disso, mais vitórias: contra o Braga, o Rio Ave, o Estoril, o Famalicão e o Santa Clara. Sete jogos, sete vitórias. Em entrevista após o jogo contra o Arouca, Froholdt disse: "Temos sete vitórias seguidas, e não vamos parar por aqui. Precisamos treinar com mais intensidade. É assim que continuamos."
O que vem depois? O Porto no topo — e o Gil Vicente buscando respostas
Com os seis pontos conquistados na segunda rodada, o FC Porto assumiu a liderança isolada da Liga Portugal. O Gil Vicente, que havia vencido sua estreia contra o CD Nacional por 2 a 0, caiu para o 12º lugar. O técnico Ricardo Soares Peixoto admitiu: "Fomos superados em organização. Eles tinham mais fome." O Porto, por sua vez, segue sem o zagueiro Martim Fernandes, lesionado, e com o jovem argentino Rodrigo Mora, de 18 anos, ganhando espaço. Ele entrou aos 78 minutos e teve duas chances claras — uma na parada do árbitro, que quase virou gol.As palavras de Froholdt — e o espírito do time
Após a vitória, Froholdt foi questionado sobre o prêmio de MVP. "Estou feliz por estar neste time, nesta camisa. Mas esse prêmio não importa. O que importa são os três pontos. Não vencíamos aqui há dois anos. Temos que nos orgulhar do que fizemos." Essa humildade, combinada com a qualidade técnica, é o que diferencia o Porto de 2025. Não é só um time com jogadores caros. É um time que acredita — e que joga por algo maior do que um título.Frequently Asked Questions
Como Victor Froholdt se tornou tão importante para o FC Porto em apenas um ano?
Froholdt chegou ao Porto em 2024 como um meio-campista discreto, mas sua versatilidade e inteligência tática o transformaram em peça-chave. Ele combina marcação intensa com passe de precisão, e sua capacidade de ler o jogo o torna essencial na transição entre defesa e ataque. Nas sete vitórias seguidas, ele foi MVP em duas delas — e participou diretamente de 11 dos 18 gols do time nesse período.
Qual foi o impacto da lesão de Samu Aghehowa no time?
A lesão de Aghehowa, que ocorreu sem contato, gerou preocupação imediata, pois ele era o artilheiro da equipe na abertura da temporada. Mas o Porto demonstrou profundidade: Luuk de Jong, de 33 anos, assumiu o papel de centroavante e já marcou dois gols nas duas partidas seguintes. O técnico Farioli passou a usar mais o 4-2-3-1, com Pepê como ponta e Mora como alternativa ofensiva, mantendo a eficiência.
Por que o FC Porto não vencia no Estádio Cidade de Barcelos desde 2023?
O Gil Vicente sempre foi um time difícil de enfrentar em casa, com um sistema defensivo compacto e contra-ataques rápidos. Em 2023, um gol anulado em situação de impedimento controverso decidiu o jogo. Desde então, o Porto vinha sofrendo com erros de finalização e falta de agressividade na área. Em 2025, com Froholdt e Varela controlando o meio, e Pepê mais ativo, o time superou essas falhas.
O que mudou na gestão de Francesco Farioli desde a estreia?
Farioli, que dedicou sua primeira vitória ao ex-jogador Jorge Costa, evoluiu de um treinador tático para um líder de grupo. Ele passou a dar mais voz aos jogadores, especialmente aos mais experientes como Varela e Costa. Também ajustou o sistema de treinamento, priorizando recuperação e inteligência emocional. O resultado? Menos lesões, mais consistência e um time que joga com identidade.
O Gil Vicente ainda tem chances de se recuperar na temporada?
Ainda sim. Apesar da derrota para o Porto, o Gil Vicente tem um elenco jovem e promissor, com o goleiro Andrew Jefferson e o atacante Luís Esteves em boa fase. O técnico Ricardo Soares Peixoto precisa melhorar a organização defensiva e evitar erros de posicionamento. Se conseguirem manter a consistência, podem lutar por uma vaga na Europa. Mas precisam vencer jogos que antes consideravam fáceis.
Froholdt pode ser o novo líder do FC Porto no futuro?
Com certeza. Ele já é o líder silencioso do time: não fala muito, mas age sempre. Se Aghehowa ou Pepê saírem, Froholdt será o elo entre a geração antiga e a nova. Com sua consistência e humildade, ele pode se tornar o capitão em 2026, especialmente se o Porto continuar vencendo. Ele já é o símbolo de um time que não precisa de estrelas — precisa de compromisso.