Cassini admite arrependimento por saída precoce do Corinthians em 2015

Quando Matheus Cassini, ex‑meio‑campista da Sport Club Corinthians Paulista confessou que deixar o Timão aos 19 anos foi "um dos maiores erros da minha carreira", o futebol brasileiro não pôde deixar de lembrar quantos talentos se perdem em decisões precipitadas.
Na madrugada de 12 de julho de 2015, ainda em plena Copinha, o jovem de São Paulo surpreendeu scouts de clubes europeus ao liderar a equipe corintiana com quatro gols e duas assistências. Poucos dias depois, Cassini assinou contrato com o Palermo, da Itália, na esperança de brilhar na Serie B italiana.
O salto para o futebol europeu
O que parecia um caminho dourado começou a se tornar uma trilha cheia de pedras. Cassini chegou ao Estádio Renzo Barbera com a mochila cheia de sonhos, mas encontrou um elenco já consolidado e um estilo de jogo que exigia muita força física. Segundo o técnico do Palermo na época, Gabriele Cioffi, "o jovem brasileiro ainda precisava se adaptar ao ritmo e à tática italiana, algo que não acontece de uma hora para outra".
O contrato, de três anos e cerca de € 650 mil ao ano, parecia garantia de estabilidade. Na prática, o jogador ficou restrito a poucos minutos em partidas da reserva, sem conseguir romper a barreira da equipe titular. Em 23 de outubro de 2015, fez sua estreia oficial contra o Crotone, mas saiu no intervalo por uma lesão muscular que acabou sendo sintomática de uma temporada cheia de contratempos.
O revés no Palermo
Os números são claros: 0 jogos como titular, 2 minutos em quatro partidas de reserva e nenhum gol. Em entrevista à TV Gazeta, Cassini lamentou: "Eu cheguei cheio de vontade, mas não tive chance de mostrar meu talento. O que me dói mais é saber que abandonei o Corinthians num momento em que ainda estava crescendo".
Para além da falta de tempo de jogo, o jovem enfrentou a distância da família, a barreira linguística e um clima que diferia completamente do calor de São Paulo. "Na primeira semana, eu só falava com o técnico e o tradutor. Isso deixa o atleta isolado", contou o ex‑jogador Ricardo Goulart, que também tentou a Europa e retornou ao Brasil.
Repercussões no cenário brasileiro
O caso Cassini não é isolado. Em 2016, jogadores como Alan Patrick e Arthur Melo foram para a Europa ainda adolescentes, mas encontraram apoio institucional e projetos de adaptação que faltaram a Cassini.
Especialistas em gestão esportiva apontam que a pressão por receitas de transferência e a promessa de visibilidade internacional ainda levam clubes a "vender barato" jovens promessas. O professor de economia do esporte, Dr. André Caetano, afirma: "Quando o clube recebe uma oferta de € 1,5 milhão por um jogador de 19 anos, dificilmente pensa nas consequências a longo prazo para a carreira do atleta".
O que especialistas dizem
Um estudo da CBF de 2022 revelou que 38% dos jogadores que deixaram o Brasil antes dos 21 anos retornaram dentro de três temporadas, citando falta de apoio técnico como principal motivo. "A transição precisa ser acompanhada por psicólogos, treinadores e agentes que entendam a cultura local", recomenda a ex‑diretora de futebol da Santos FC, Mariana Diniz.
Para Cassini, o arrependimento já virou lição. Ele admite que hoje, como treinador de base em São Paulo, incentiva os jovens a "pensar duas vezes antes de fechar contrato no exterior".
Perspectivas para jovens talentos
O futuro do futebol brasileiro depende de políticas que equilibrem a necessidade de monetizar talentos com a defesa do desenvolvimento saudável dos atletas. Projetos como o "Projeto Jovem Promessa", lançado ainda este ano pela CBF, prometem oferecer estágios de adaptação cultural em clubes europeus parceiros.
Se a história de Cassini servir de alerta, talvez menos promessas deixem o Timão antes de realmente encontrar seu lugar no mundo.
Perguntas Frequentes
Por que Matheus Cassini se arrepende de ter saído do Corinthians?
Cassini admite que deixou o clube quando ainda precisava amadurecer tecnicamente e fisicamente. A falta de minutos no Palermo fez ele perceber que, ao abandonar a estrutura familiar e o ambiente de treinamento do Corinthians, perdeu uma etapa crucial de desenvolvimento.
Quantas partidas Cassini chegou a jogar pelo Palermo?
Ele participou de quatro partidas da equipe reserva e fez apenas dois minutos de jogo oficial em um confronto contra o Crotone, sem marcar gols ou assistências.
Qual o impacto da saída precoce de jovens jogadores no futebol brasileiro?
Quando talentos saem antes de consolidarem-se, clubes perdem potenciais líderes de equipe e o país vê um esvaziamento de seu pool de jogadores de alto nível. Além disso, a falta de apoio adequado no exterior costuma gerar frustrações que afetam a confiança e a carreira dos atletas.
O que clubes podem fazer para evitar esse tipo de arrependimento?
Investir em programas de acompanhamento psicológico, garantir que o contrato inclua cláusulas de tempo de adaptação e, sobretudo, avaliar se o momento de mudança é realmente vantajoso para o desenvolvimento do atleta.
Qual a posição da diretoria do Corinthians sobre casos como o de Cassini?
O clube tem reiterado que continuará focado na formação de base, mas reconhece que a pressão do mercado pode levar jovens a decisões precipitadas. A diretoria tem buscado melhorar as condições de contrato para reter talentos por mais tempo.
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Sou jornalista especializado em notícias e adoro escrever sobre temas relacionados ao cotidiano no Brasil. Trabalho em um jornal local, onde cubro os eventos mais importantes do dia a dia.
1 Comentários
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Anne Princess
outubro 5, 2025 AT 19:40Eu to vendo esse arrependimento do Cassini e fico puto, cara! Ele jogou tudo na cara do mercado, achou que seria glória instantânea, mas acabou pagando caro, viu! Não é só questão de talento, tem a pressão, a falta de apoio, e ele tomou a decisão sem pensar nas consequências! E ainda tem gente que ainda defende essa história de "é só acontecer", falando que o cara poderia ter ficado, mas não entende a realidade dura dos clubes! Agora, se a base do Timão continuar vendendo barato, vamos ter mais lendas pra chorar depois.