Em uma entrevista coletiva que acabou virando manchete, a diretoria do Flamengo lançou duras críticas à atuação do árbitro colombiano Andrés Rojas durante o clássico de ida da Copa Libertadores contra o Estudiantes de La Plata. Segundo os dirigentes, decisões equivocadas não só tiraram pontos do time rubro‑negro como também colocaram em risco a própria credibilidade da competição.
Os episódios que alimentaram a polêmica
O ponto mais controverso foi a expulsão de Gonzalo Plata. O atacante recebeu um segundo cartão amarelo que, à primeira vista, parecia merecido, mas a gravação de áudio do VAR – divulgada posteriormente nas redes – revelou que o árbitro havia interpretado erroneamente a falta. O áudio mostrou a comunicação entre o árbitro de campo e o assistente, onde fica claro que a jogada não justificava a segunda advertência.
Além de Plata, outros incidentes chamaram atenção:
- De Arrascaeta foi atingido por um carrinho violento de um jogador do Estudiantes, sem receber sequer um cartão amarelo.
- Um gol legítimo de Rodinei foi anulado por um impedimento que, ao ser revisto, não existia.
- O árbitro marcou falta inexistente na área do Flamengo, gerando um pênalti que acabou sofrido pelo gargantilho.
Essas falhas foram apontadas como decisivas para o resultado final – vitória por 2 a 1 do Estudiantes – e foram citadas pelos dirigentes como “prejuízo direto à integridade do torneio”.
Reação da CONMEBOL e medidas propostas pelo clube
Após a divulgação do áudio, a Comissão Disciplinar da CONMEBOL tomou uma atitude inédita: anulou o segundo cartão amarelo de Plata, permitindo que ele atuasse na partida de volta em La Plata. O órgão reconheceu publicamente que havia erro grave na aplicação da lei do jogo.
Com a admissão da falha, a diretoria do Flamengo anunciou que irá acionar os canais formais da entidade para que sejam avaliadas sanções ao árbitro e ao tribunal de arbitragem. O presidente do clube ressaltou que “não podemos aceitar que decisões arbitrárias determinem o destino de uma competição tão importante”.
Além de buscar punições individuais, o clube pretende pressionar a CONMEBOL a rever os protocolos de uso do VAR, garantindo maior transparência nas comunicações e evitando novos episódios semelhantes.
Especialistas em arbitragem apontam que o caso pode servir de marco para a revisão de procedimentos na Libertadores. O professor de direito desportivo da Universidade de São Paulo, Carlos Alberto Mota, destacou que “a publicação do áudio do VAR abre precedentes sobre a responsabilidade dos árbitros e a necessidade de mecanismos de correção mais ágeis”.
Enquanto o Flamengo aguarda respostas oficiais, a torcida mantém a esperança de que a justiça esportiva traga mudanças efetivas. O próximo confronto, ainda que em solo argentino, já começa a ser visto como oportunidade de reparar o dano causado pela arbitragem questionada.
